sábado, 29 de abril de 2017

30,1 milhões de brasileiros sofrem de depressão e ansiedade

A depressão e a ansiedade já são consideradas os principais males do século 21, relacionadas principalmente a uma sociedade mais imediatista e um estilo de vida onde se trabalha muito e há pouco espaço para o prazer e a diversão. Dados recentes da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que 322 milhões de pessoas no mundo têm depressão, com um crescimento de 18,5% nos últimos dez anos.

No Brasil, o problema afeta 5,5% da população, acima da prevalência mundial, que é de 4,4%, impactando a vida de 11,5 milhões de brasileiros. 

“Os dados referem-se principalmente a São Paulo, sendo superior até que o de países em guerra. Os principais fatores que favorecem o quadro são as atuais condições de vida, como insegurança e alta competitividade, inerentes à vida dos grandes centros urbanos”, afirma Geilson Santana, psiquiatra, psicoterapeuta e doutorando da Faculdade de Medicina da USP. O médico explica ainda que o aumento no número de casos não é atrelado apenas a um maior diagnóstico, mas também porque as pessoas estão adoecendo mais. 

Apesar dos números alarmantes, esse cenário já era previsto. No ano 2000, a organização tinha apontado que a doença afetaria 15% da força de trabalho mundial, obrigando esses trabalhadores a abandonarem seus postos para tratamento de saúde. Além de mais depressivos, os brasileiros também estão mais ansiosos, segundo a OMS, colocando o país com a maior incidência do transtorno mundialmente, afetando 9,4% da população ou 18,6 milhões de pessoas.

“Ao contrário do que muitas pessoas imaginam, a depressão e a ansiedade não são doenças opostas, sendo inclusive bem parecidas em relação às alterações cerebrais que promovem. Também é bastante comum que a ansiedade evolua para a depressão, e a depressão para um transtorno de ansiedade”, destaca o psiquiatra.

As doenças afetam principalmente jovens adultos e adolescentes, época da vida que as pessoas estão em maior exposição social e iniciando a vida profissional. Podem se manifestar ainda em pessoas de todos os níveis sociais, ao contrário do que se propagava no passado.

“O que ocorria é que antes apenas pessoas com maior poder aquisitivo tinham acesso a profissionais e tratamento, sendo assim mais diagnosticadas”, pontua Santana.

O primeiro passo para o tratamento é procurar ajuda de um psicólogo ou psiquiatra, que poderão avaliar o quadro e indicar tanto remédios como sessões de terapia. Quanto antes diagnosticados, mais rápido os pacientes tendem a responder aos tratamentos, melhorando os sintomas e a qualidade de vida. No entanto, o especialista alerta que pouco adianta realizar o tratamento sem uma mudança no estilo de vida, o que pode levar a recaídas e piora do quadro. As mulheres são também mais impactadas pela depressão e transtorno de ansiedade em relação aos homens.

“Isso ocorre tanto por fatores hormonais como pela maior inserção das mulheres na sociedade e no mercado de trabalho nos últimos anos, enfrentando a desigualdade e as duplas e triplas jornadas, com o trabalho fora e dentro de casa”, explica o especialista.

Ainda de acordo com a OMS, a depressão é a principal causa de suicídios no mundo, com cerca de 800 mil casos por ano, além de ser a doença que mais contribui para a incapacitação das pessoas, afetando 7,5% da população mundial.

  • Principais sintomas: A depressão e o transtorno de ansiedade têm sintomas bastante comuns da vida moderna. Por isso, é importante avaliar todo o quadro. Tão importante quanto identificá-los é procurar um médico especialista que poderá fazer o correto diagnóstico da doença e tratamento.
Via: http://www.who.int/en/

0 comentários:

Postar um comentário