sábado, 1 de agosto de 2015

SEXUALIDADE NA ADOLESCÊNCIA: O PAPEL DO ENFERMEIRO COMO EDUCADOR E ORIENTADOR

* Julianne Vicente
Adolescência, fase composta por um turbilhão de pensamentos, ações, e emoções, nos quais os jovens passam por diversas mudanças físicas e psicológicas. O período de transição entre a infância e a adolescência é muito curto, sendo assim, estes que antes não tinham preocupações quanto á sexualidade, passam a ter dúvidas sobre este assunto. Segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde), e o MS (Ministério da Saúde) ‘’o período da adolescência compreende a segunda década de vida (de 10 á 19 anos), e considera que a juventude se estende dos 15 aos 24 anos.’’

A juventude, ou adolescência palavra derivada do latim adolescere, que significa ‘’crescer’’, corresponde a um período de intensas mudanças notado de vulnerabilidades, e conflitos sucedidos em âmbitos sociais, psicológicos, e físicos. Na maioria das vezes, nesta etapa inicia-se a descoberta do prazer, e estes jovens se tornam susceptíveis a tomada de decisões e escolhas, das quais nem sempre decorrem de êxito.



Na tentativa de descobrir novas sensações, os adolescentes iniciam precocemente a vida sexual na qual não estão preparados para tal, e consequentemente não refletem sobre suas ações. Desta forma, há um aumento considerável das chances de contrair uma IST (Infecção Sexualmente Transmissível) gravidez precoce e indesejada, e outras adversidades relacionadas ao tema. São vários fatores entrelaçados, entre eles estão: à escolha indevida dos parceiros sexuais, o uso inadequado e o não uso do preservativo, entre outros.

O profissional de enfermagem dentre os profissionais de saúde possuem um contato maior com a população, devendo estar preparados e serem acessíveis para orientar, e esclarecer dúvidas frente ao tema abordado. Além de contribuir para a saúde da população, este também se encontra com uma responsabilidade social, a qual é primordial para a construção de um futuro educativo, e de maiores conhecimentos na área de saúde.

O enfermeiro é um especialista em defrontar-se com o mais variado público, sejam crianças, adolescentes, adultos, e idosos, em situações, e âmbitos diversos, da comunidade ao hospital, no qual o paciente dever ser visto como um todo, independente da raça, situação socioeconômica, e cultural. A enfermagem possui o papel de educadora e orientadora, e este papel vai desde a prevenção, ao tratamento. Desta forma, a atuação do enfermeiro é de suma importância neste contexto de dúvidas, e escolhas.


Além da enfermagem, a família desses jovens precisa participar ativamente na construção do futuro destes. A quebra de tabus, é o primeiro passo para a educação sexual. As mudanças físicas, e psicológicas surgem rapidamente, e os pais precisam estar preparados para lidar com tais situações. Nesta circunstância deve-se levar em conta a realidade física e social do adolescente, para resolução de problemas pessoais, dando ênfase em suas necessidades.

Favorecer um plano saudável é envolver o jovem adolescente como um indivíduo no seu ambiente físico, social, econômico, e político, como também as suas relações com as redes de suporte social. O progresso de habilidades pessoais, intensifica o poder de decisão, e negociação do adolescente para que este não renda-se ás pressões, desempenhando o autocuidado, e ações positivas para lidar com a sexualidade, e a realização do sexo seguro.


Sendo assim, é algo que está muito além do que aprimorar a simples escuta, ou realizar um plano de assistência, é preciso haver a criação de um vínculo, ampliando o acesso as atividades educativas e recreativas, estimulando sempre que possível o protagonismo. Tendo em vista,  o desenvolvimento de atitudes e habilidades, a atribuição de valores sociais, e conhecimento crítico.

O enfermeiro consiste em um profissional intelectualmente preparado para fornecer a estes jovens o aporte para viverem a sua vida sexual de forma plena, e com planejamento de anticoncepção e concepção, nesta esfera de promoção e prevenção a saúde.

* Julianne Vicente cursa o sétimo período de enfermagem na FACIPE.

REFERÊNCIAS:

CEDARO, José Juliano; VILAS BOAS, Luana Michele da Silva; MARTINS, Renata Moreno. Adolescência e Sexualidade: Um Estudo Exploratório em uma Escola de Porto Velho – Ro. Psicologia: Ciência e Profissão, Rondônia, p.320-339. Jan, 2012.

GIR, Elucir; NOGUEIRA, Maria Suely; PELÁ, Nilza Tereza Rotter. Sexualidade Humana na Formação do Enfermeiro. Rev. latino-am. Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 8 n. 2, p.33-40. Abril, 2000.

GURGEL, Maria Glêdes Ibiapina; PINHEIRO, Patrícia Neyva da Costa; ALVES, Maria Dalva Santos; BARROSO, Grasiela Teixeira; VIEIRA, Neiva Francenely Cunha. Gravidez na adolescência: tendência na produção científica de enfermagem. Esc Ana Nery, Rev. Enfermagem, v.12, n.4, p.799-05. Dez, 2008.

JAGER, Márcia Elisa; BATISTA, Fernanda Altermann; PERRONE, Cláudia Maria; SANTOS, Samara Silva; DIAS, Ana Cristina Garcia. O adolescente no contexto da saúde pública brasileira: Reflexões sobre o PROSAD. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 19, n. 2, p.211-221. Abr./Jun, 2014.

RODRIGUES, Manuel Jorge. Contracepção e Gravidez na Adolescência – Mesa Redonda - Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) na Adolescência. Rev. Nascer e Crescer, Porto, v.19, n.3. Set, 2010.

SILVA, Doane Martins; ALVES, Marta dos Reis; SOUZA, Tatiane Oliveira; DUARTE,  Ana Cristina Santos. Sexualidade na adolescência: Relato de experiência. Rev. Enferm UFPE on line, Recife, p.820-3. Mar, 2013.

VENTURA, Miriam; CORRÊA, Sônia. Adolescência, sexualidade e reprodução:
construções culturais, controvérsias normativas,alternativas interpretativas. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 22 (7), p.1505-1509. Jul, 2006.

BESERRA, Eveline; PINHEIRO, Patrícia NC; ALVES, Maria Dalva S Alves; BARROSO, Maria Grasiela T. A adolescência e a vulnerabilidade ás doenças sexualmente transmissíveis: Uma pesquisa documental. Disponível em: <http://www.dst.uff.br/revista20-1-2008/5.pdf>. Acesso em: 20/05/2015;

PROSAD. Programa Saúde do Adolescente – Bases Programáticas. Disponível em: < http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/cd03_05.pdf>. Acesso em: 20/03/2015.



0 comentários:

Postar um comentário