sábado, 27 de junho de 2015

Secretaria de Saúde confirma quatro casos do vírus zika em Pernambuco



  A Secretaria Estadual de Saúde (SES) confirmou casos do vírus zika em Pernambuco. A comprovação foi dada pelo Instituto Evandro Chagas (IEC), laboratório de referência nacional, localizado em Belém do Pará. De 11 exames, quatro deram positivo para a enfermidade e sete foram descartados.
O diretor geral de Controle de Doenças e Agravos da SES, George Dimech, afirma que, por ainda não haver um protocolo nacional específico para vigilância e tratamento do zika no Brasil, a recomendação para os médicos é continuar notificando os casos suspeitos como dengue e fazer o tratamento como determina o manejo clínico dessa doença. Ainda segundo ele, a diferença é que, dentre elas, a dengue é a única que mata, por isso a necessidade de sempre suspeitar dessa enfermidade.
No Brasil, ainda não há sorologia disponível comercialmente para a realização em massa dos testes de zika. Atualmente, o Ministério da Saúde (MS) está estudando como será o protocolo e como fazer a disseminação do teste comprobatório para os Estados. O zika é transmitido pelo mesmo mosquito da dengue. Isso torna ainda mais importante as ações de controle do Aedes aegypti tanto pelos municípios quanto pela população. Dimech reforça que as residências são responsáveis por cerca de 90% desses depósitos dos depósitos de água, que podem se transformar em criadouros.
CASOS EM PE – As confirmações de Zika vírus foram nos municípios de Jaboatão dos Guararapes (mulher de 24 anos), Olinda (homem de 19 anos e homem de 61 anos) e Recife (criança do sexo feminino de 13 anos). Todas as notificações ocorreram na primeira quinzena do mês de março. Os pacientes tiveram manchas vermelhas pelo corpo, febre, coceira e dor nos olhos, articulações e no corpo, sintomas também característicos dos casos de dengue.
Ainda há 36 amostras em análise no laboratório Instituto Evandro Chagas.
O QUE É – Doença viral aguda transmitida pelo mosquito Aedes aegypti e caracterizada pelo aparecimento de manchas avermelhadas pela pele, febre, dores articulares ou musculares, dor de cabeça, coceira. Os sintomas desaparecem entre o 3º e o 7º dia. Geralmente não há complicações graves e não há registro de mortes. A taxa de hospitalização é baixa. De acordo com o Ministério da Saúde, na literatura, 80% dos casos das pessoas infectadas não desenvolvem manifestações clínicas.
NO BRASIL - Já há confirmações de zika na Bahia, Rio Grande do Norte, Maranhão, Alagoas, Roraima, Pará, Rio de Janeiro e São Paulo. Todos os casos foram comprovados pelo Instituto Evandro Chagas.

Fonte: Site da Folha PE, http://www.folhape.com.br/cms/opencms/folhape/pt/cotidiano/saude/arqs/2015/06/0011.html

quinta-feira, 18 de junho de 2015

Casos de sífilis crescem 30% em Pernambuco





Pernambuco registrou aumento de 30% no número de casos de sífilis congênita - quando há transmissão de mãe para filho na gestação. Os dados são referentes de 2013 a 2014 e revelam alta de 950 para 1.235 nas notificações. Desse total, 70% estão concentrados em oito municípios: Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes, Cabo de Santo Agostinho, Camaragibe, Ipojuca, Goiana e Paulista. Por isso, na próxima segunda-feira, serão estabelecidas metas e ações voltadas para cada cidade. Entre os desafios a serem superados, a resistência de alguns profissionais da Atenção Primária a realizar o tratamento com a penicilina benzatina, antibiótico mais apropriado para a cura eficaz. Os desafios foram discutidos na sede da Secretaria Estadual de Saúde (SES), que contou com a presença do secretário Iran Costa.
“Quando a população está de posse do diagnóstico e sabe que precisa do tratamento, ela faz. A resistência maior é por parte dos profissionais, por conta dos efeitos que a penicilina benzatina pode causar, como o choque anafilático”, explicou a secretária executiva de Vigilância em Saúde, Luciana Albuquerque. Por isso, serão cobrados que os oito municípios prioritários realizem o trabalho de conscientização dos profissionais de saúde, para desmistificar o risco das reações adversas.
Há também a necessidade da ampliação do acesso e ações para a população sexualmente ativa. “O Ministério da Saúde disponibiliza o teste rápido, que é fácil de ser feito. Agora, com a descentralização, a gente pode testar um maior número de pessoas e, nos casos que dão reagentes, podemos confirmar com o teste de VDRL, que é o teste de sangue”, disse o coordenador do programa estadual DST/Aids da Secretaria Estadual de Saúde (SES), François Figueiroa.
A sífilis é uma doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum, transmitida, principalmente, pela relação sexual desprotegida. Se a gestante não trata a doença, pode infectar o bebê ainda na barriga, que pode ocasionar aborto ou malformação no feto. A criança que sobrevive pode desenvolver problemas de audição e no sistema ósseo. O tratamento é simples. Mas tanto a grávida quanto o companheiro precisam concluir procedimento, até 30 dias antes do parto, para garantir que não ocorra a transmissão vertical. “Quando é recente, o seja, pegou há menos de u ano, uma dose resolve. Senão precisa tomar três doses. Mas ninguém vai se tratar por conta própria. É preciso ser prescrito pelo serviço de saúde, até porque se trata de antibiótico”, afirmou François.

Fonte: http://www.folhape.com.br

segunda-feira, 15 de junho de 2015

70% dos enfermeiros do país não se sentem seguros no trabalho



“A gente fica até aliviado quando o plantão acaba e só ouviu as ofensas de sempre, como ‘vagabundo, eu pago o seu salário’. Isso já virou rotina, nos acostumamos.”
A frase do enfermeiro F.M., 31, há 11 anos atuando em hospital público de São Paulo, resume bem o atual cenário vivido pela enfermagem no país: quase 70% desses profissionais não se sentem seguros no local de trabalho.
Os dados são de pesquisa inédita com o perfil da maior categoria da saúde, que reúne 1,8 milhão de enfermeiros, técnicos e auxiliares.
O trabalho, realizado pela Fiocruz e pelo Cofen (Conselho Federal de Enfermagem), mostra que um quinto dos trabalhadores (19,8%) relata a existência de violência no ambiente de trabalho, principalmente a psicológica (66%). Foram entrevistados 36 mil profissionais dos 27 Estados e todos por meio de questionários eletrônicos.
Na semana passada, a auxiliar de enfermagem E.S., 29, que trabalha numa UPA (Unidade de Pronto-Atendimento) no Grande ABC, tinha marcas de unha no pescoço.
“Assumi o plantão sozinha às 18h. Duas colegas tinham faltado e a emergência estava lotada. Uma senhora que esperava desde as 16h se irritou com a demora, me chamou de vagabunda e me agrediu.”




INSATISFAÇÃO
Segundo Manoel Neri da Silva, presidente do Cofen, falta segurança em praticamente todos os serviços públicos de saúde.
“A população está insatisfeita com o sistema de saúde e descarrega no primeiro profissional que vê pela frente, que é o da enfermagem.”
A saúde é o principal problema do país, segundo pesquisa Datafolha, na opinião de 26% dos entrevistados.
Na condição de anonimato, a Folha conversou com dez profissionais da enfermagem que contam histórias de agressões verbais ou físicas, muitas delas praticadas por parentes do paciente.
A auxiliar de enfermagem T., 47, no Samu há 12 anos, conta que no dia 30 de maio foi atender um alcoólatra com dificuldade respiratória e foi atacada pela mulher dele, também alcoolizada.
“Ele agarrou o meu cabelo e me encheu de tapas porque demoramos para chegar. Fui salva pelo motorista”, diz.
Na pesquisa da Fiocruz/Cofen, menos da metade dos profissionais (46,6%) afirma ser tratado com cordialidade pelos pacientes.

MULHERES
Segundo Fabíola Braga Mattozinho, presidente do Coren-SP (Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo), a situação de violência tem piorado nos últimos meses e afeta, principalmente, as mulheres, que são a maioria (85%) na enfermagem.
“Temos dois casos de estupro e inúmeras agressões. Estamos mapeando todos.” Um dos casos de estupro ocorreu no mês passado em São Bernardo (SP), perto da UPA onde a vítima, uma auxiliar de enfermagem, trabalha.
A mulher reconheceu um dos suspeitos como sendo um homem que estava na unidade de saúde na tarde do crime. O acusado está preso.
O Coren pediu à Secretaria de Segurança melhoria do policiamento preventivo e ostensivo nas regiões próximas às unidades de saúde.
Em nota, a secretaria informou que investiga todos os casos que são registrados e que o número de estupros está em queda no Estado.
Para o enfermeiro Luciano Rodrigues, conselheiro do Coren, há omissão dos gestores em denunciar os casos de violência contra os profissionais porque isso pode configurar acidente de trabalho.
“O profissional tem medo de denunciar as agressões e ainda sofrer represálias.”

Fonte: UOL.com.br
site:http://boainformacao.com.br/2015/06/70-dos-enfermeiros-do-pais-nao-se-sentem-seguros-no-trabalho/



segunda-feira, 8 de junho de 2015

Atuação do Enfermeiro na Sífilis Congênita




A plenária do Conselho Federal de Enfermagem vai regulamentar o tratamento da sífilis pelos enfermeiros na atenção básica, revendo o parecer Cofen nº 08/2014. A segurança da administração da penicilina benzatina por profissionais de enfermagem na atenção básica e a importância de sua aplicação imediata para o tratamento da doença e prevenção da sífilis congênita está demonstrada, tanto na avaliação do Cofen, quanto do Ministério da Saúde.
Representantes do Ministério da Saúde estiveram no Cofen na última quarta-feira (27/5) para discutir a atuação das equipes de enfermagem no enfrentamento à sífilis. A diretora-adjunta do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde (DDAHV/MS), Adele Benzaken, fez uma apresentação na última sessão do Cofen na qual ressaltou a segurança da penicilina benzatina e os riscos do não tratamento.
A sífilis congênita causou a morte de 1.506 bebês no Brasil, de 2000 a 2013. A doença também pode provocar sequelas graves nos recém-nascidos. O medicamento mais usado no tratamento é a penicilina benzatina, sendo necessário tratamento imediato, especialmente em gestantes. Quanto mais cedo a gestante tomar o medicamento, mais eficiente é a eficácia do tratamento, impedindo que o bebê nasça com o agravo. Enfermeiros podem prescrever este e outros antibióticos dentro do protocolo de programas de saúde institucionais.
“Os profissionais de enfermagem são maioria no enfrentamento às doenças sexualmente transmissíveis, atuando na prevenção e assistência. Nossa intervenção é necessária e fundamental para conter o avanço da sífilis, especialmente a sífilis congênita”, ressaltou o conselheiro federal Vencelau Pantoja. A Portaria nº 3.161/2011 do Ministério da Saúde permite a aplicação da penicilina benzatina (Benzetacil®) por enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem, além de médicos e farmacêuticos.


Fonte: Portal da saúde, 29/05/2015
Site: http://dab.saude.gov.br/dab/portaldab/noticias.php?conteudo=_&cod=2023

Parto norma ou cesariana ?



Falta de dilatação, cordão umbilical enrolado no pescoço, cesárea anterior, bacia estreita, nenhum desses motivos é considerado, pela Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, como justificativas reais de cirurgia cesariana. De acordo com o Dr. James Cadidé, da Comissão de Parto da Febrasgo, só existem duas indicações absolutas: a desproporção céfalo-pélvica e a apresentação prévia da placenta.
A desproporção ocorre quando a ossatura da bacia da mãe é incompatível com a da cabeça do bebê. Isso acontece em casos de mães que possuem alguma deformidade ou desalinho nos ossos, por conta de um acidente ou deficiência física. Ou em casos em que o bebê tem a cabeça maior que o normal, devido a problemas de saúde como hidrocefalia ou diabetes.
No caso da apresentação prévia da placenta, o parto normal não acontece devido à oclusão da passagem do bebê. Os dois casos são considerados de baixa incidência.
Há ainda, segundo ele, indicações relativas, ou seja, dependem da avaliação do médico, como: sofrimento fetal quando a mulher não tem dilatação completa, descolamento prematuro de placenta, placenta prévia com sangramento intenso, distocia (complicações que atrapalham ou impedem a passagem do bebê), herpes vaginal ativa (por conta do risco de desenvolver cegueira no bebê), mãe portadora de HIV.
James Cadidé reforça também que há situações em que a mulher, por cansaço físico, posição ruim e situações de distocia em que não é possível usar o fórceps (instrumento cirúrgico semelhante a uma colher que é inserido no canal vaginal para ajudar a retirar o bebê) ou a vácuo-extração (ou ventosa – retira o bebê por sucção) a cesárea é recomendada.

Essas situações, de acordo com Cadidé, é que fazem com que a Organização Mundial de Saúde (OMS) tenha previsto um escore de cesarianas que é de, no máximo, 15% do total de partos realizados no país. No entanto, segundo a pesquisa Nascer no Brasil da Fundação Oswaldo Cruz, a cesariana é realizada em 52% dos nascimentos e no setor particular, chega a 88%.
“Se nós tivéssemos fazendo mais cesáreas e tívéssemos os melhores escores de mortalidade materna e os mais baixos níveis de mortalidade perinatal isso justificaria, mas não estamos.Estamos entre os piores”, critica o especialista.
Na opinião dele, não é correto culpar apenas os obstetras pelos índices: “É um comodismo assistencial que não envolve apenas médicos obstetras, mas também o gerenciamento dos hospitais. É cômodo ter cesárias programadas para o fluxo de gerenciamento de um centro obstétrico porque se marca a cesárea na hora em que ela é cômoda para todos os atores envolvidos no processo”.
“Nós que lutamos pelo parto natural somos vistos quando chegamos no hospital como um transtorno. A gente é mal olhado desde a hora em que a gente chega no hospital até a hora que a gente sai porque a nossa paciente tem um horário de chegada mas não tem um horário de ir pra sala de parto ou de saída”, reclama.



Criado em 16/10/14 11h52 e atualizado em 17/10/14 08h04
Por Adriana Franzin,  Fonte:Portal EBC
Site:http://www.ebc.com.br/infantil/para-pais/2014/10/so-ha-duas-indicacoes-absolutas-de-cesarea-diz-medico-da-federacao-de

quinta-feira, 4 de junho de 2015

DEPILAÇÃO PUBIANA TOTAL: COMO ORIENTAR?


Durante a aula da disciplina Enfermagem na Atenção Cirúrgica e CME, no 5º período, a professora Elizandra Oliveira realizou uma enquete com as alunas da turma, onde foi lançada a seguinte pergunta:
“Como você, enquanto profissional de saúde, aconselharia uma mulher a REALIZAR da depilação pubiana total”?
Das 11 entrevistadas, 3 responderam que sim, desde que fossem utilizados métodos adequados; 5 responderam que não, devido ao risco de infecção; e 3 responderam que não aconselhariam POR NÃO TER CONHECIMENTO APROFUNDADO SOBRE A TEMÁTICA.
A depilação da área genital feminina atualmente é realizada por uma questão higiênica e de estética, apesar de não existir na literatura comprovação que essa prática melhore as condições de higiene da região. A remoção total dos pelos pubianos é considerada como novo padrão e pouco se sabe sobre suas consequências. Um estudo norte-americano associou a remoção total dos pelos às idades menores e ao fato de se ter vida sexual ativa. Hoje em dia, há várias técnicas para se depilar, desde a lâmina, cremes depilatórios, ceras quentes ou frias até a depilação definitiva com laser.
A literatura aponta que o uso de creme depilatório pode ser irritativo para a pele do genital. Acredita-se que o excesso de pelos pode acumular resíduos, dificultar a higiene e, consequentemente, predispor à infecções. A falta de estudos sérios e com boa casuística a esse respeito impossibilita afirmar qual seria a melhor conduta a ser orientada às pacientes.
Portanto, faz-se necessário investigar melhor quais são os hábitos das mulheres quanto à depilação e suas possíveis consequências. Esses dados poderão nortear os profissionais de saúde a orientar adequadamente suas pacientes.

Autor(A): Elizandra Oliveira, Luiziane Alves.


IRALDO, Paulo César et al . Hábitos e costumes de mulheres universitárias quanto ao uso de roupas íntimas, adornos genitais, depilação e práticas sexuais. Rev. Bras. Ginecol. Obstet.,  Rio de Janeiro ,  v. 35, n. 9, p. 401-406, Sept.  2013 .   Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-72032013000900004&lng=en&nrm=iso>. access on  04  June  2015.   http://dx.doi.org/10.1590/S0100-7203201300090000.

terça-feira, 2 de junho de 2015

A enfermagem pelo mundo



Pelo Mundo
Estamos espalhados pelo mundo. Somos muitos, os portugueses que se aventuram - ou aventuraram - pelos quatro cantos deste globo azul e verde que nos acolhe. Fomos impelidos pela vontade da mudança e pela curiosidade. Sentimos ainda o apelo a novas transformações, novas formas de viver, de ver as diferentes realidades. É quase uma tatuagem genética, esta luta por ir, por viajar, por manter diferentes e variadas relações. Afinal, com meia dúzia de gentes, há alguns anos atrás, atravessamos os mares e as terras, atravessamos culturas, trouxemos novas formas de estar.
São muitos os meus colegas de profissão, e portugueses, que neste momento se encontram a descobrir rumos noutros países. Como antigos navegantes, são atrevidos e ousaram cruzar as fronteiras. Foram, e ainda são corajosos, afirmando-se pelas suas extraordinárias competências e sentido de pertença nas instituições que os acolheram. Somos um povo querido pelos outros que nos desejam lá, com eles, e a trabalhar para edificar algo melhor. Foram, os meus colegas, à procura das melhores condições, movidos pela vontade da experiência e pelo apelo de serem melhores. Nunca a nossa Enfermagem será a mesma depois de os receber de volta, ou de os mesmos contribuírem para esta profissão que nos vai escolhendo - e mantendo, pela beleza das ações que podemos desenvolver.
São diferentes as formas de trabalhar e ser Enfermagem nos países que os mantêm em comum connosco. Em terras de Vera Cruz assistimos a um desejo de uma Enfermagem mais espiritualizada, mais humanizada, menos técnica. Por lá, do outro lado do Atlântico, onde igualmente se fala um português meio cantado meio sambado, a Enfermagem constrói-se através dos intercâmbios, da interculturalidade, através da aceitação e do grande trabalho com e para a equipa. 
A energia quase contagiante dos nossos irmãos da América do Sul dilui-se no papel da Enfermagem, sendo esta profissão muito caraterizada pela alegria e pelo fazer do bem. São menos normativos que os restantes colegas do norte do continente americano, que trabalham igualmente de acordo com a sua cultura - de forma contínua, ritmada, albergando a formalidade na sua relação - no entanto sem descuidar o grande interesse pelo avanço científico da profissão, que tanto ajuda à qualidade e à afirmação na academia.
Por cá, deste lado da Europa, a Enfermagem é vivida igualmente de acordo com a cultura de cada país, sendo o nosso Portugal - país de atrevidos e teimosos aventureiros - responsável por grandes avanços no que diz respeito ao desenvolvimento científico, inovação e ideias criativas neste campo da saúde. Somos, aqui, pioneiros, grandes trabalhadores e altamente habilitados no que diz respeito à Enfermagem. Todavia não é apenas aqui, no nosso retângulo, que damos cartas.
Afinal, estamos a enviar os nossos profissionais, de grande qualidade e com as tais excelentes competências, para os outros países do estado europeu - é óbvio que lá, os nossos colegas enfermeiros, continuam o seu bom trabalho, sendo responsáveis pelo avanço da Enfermagem em terras além lusas. É pena que não seja cá, este avanço que estamos a ajudar a construir.
Aproximam-se as decisões relativas ao próximo Bastonário da Ordem dos Enfermeiros. É necessário rejuvenescer, olhando para o passado. Pensar no que é urgente realizar a curto prazo - porque o longo ainda é muito longe, não nos ajuda à decisão que se quer imediata. 
Pensar ainda no que se tem realizado por esse globo fora, naqueles que são nossos e que fariam a diferença cá. Esse novo Bastonário deverá ser ousado, atrevido e navegante. Reunir consensos e unir fações. Centrar-se no que é realmente importante, e distinguir-se das rotinas e hábitos que têm vindo a ser parte de uma Ordem que se quer mais organizada.
Não vale a pena somente olhar para o lado e pensar que a responsabilidade é do outro. Afinal, o Bastonário será eleito por nós, que queremos uma maior e melhor Enfermagem. A nossa nau terá de conter aquilo que nos representa e figura, com centro na população que carece dos nossos cuidados. Resta-nos apetrechar os barcos e as naus de forma a não andarmos à deriva. E mantermos a tatuagem do atrevimento e da determinação, com vista a mudanças e transformações.

Autora: Analisa Candeias
Fonte: Correio do Minho

Site: http://www.correiodominho.com/cronicas.php?id=6832