terça-feira, 31 de março de 2015

Texto da semana com o professor Valdemir França


Caros alunos e demais leitores desta página,
Iniciaremos a partir deste resumo, uma sequência de publicações que visam mostrar, dentro do processo histórico, as condições sociais em que proliferaram as maiores epidemias que assolaram/assolam a humanidade.
Nosso intuito é ampliar a visão das pessoas acerca da temática disseminando inclusive, alguns conhecimentos preventivos que eventualmente, não são exclusivos dos profissionais de saúde.
Agradecemos, desde já, a sua visita!
O contexto social como potencializador de epidemias: A Peste Negra
[1]SOUZA, V. F.

A peste negra foi a primeira grande epidemia até hoje relatada em nossa história. Estima-se que só entre 1347 e 1351 houveram 200 milhões de mortes em todo o continente, ou seja, metade da população europeia veio a óbito em função deste mal. Os cemitérios já não possuíam espaço para sepultar tantos corpos - vários cadáveres foram enterrados uns sob os outros - fazendo com que inclusive, pilhas de corpos se formassem nos acessos entre às vilas. A solução encontrada muitas vezes, foi a queima em valas comuns ou a desova em rios.    
Não se pôde, até agora, identificar com precisão a origem da bactéria causadora da epidemia. Sabe-se, no entanto, que ela iniciou sua viagem em direção a Europa a partir da China ou Ásia Central, pela rota da seda seguindo nos porões das embarcações comerciais que abasteciam os entrepostos no Mediterrâneo.Yersinia pestis - nome científico da bactéria - ficava hospedada  nos intestinos das pulgas que infestavam os ratos e foram eles os responsáveis pela rápida disseminação da doença.
Chegando na Europa de "carona" nos ratos, a bactéria se espalhou rapidamente e adentrou nas casas das pessoas com grande facilidade. Para entendermos como isso ocorreu, basta analisarmos as condições de salubridade da época:
Os camponeses viviam em cabanas cobertas de palha, com piso de terra batida e a área interna escura, úmida e enfumaçada. Em geral as cabanas tinham apenas um cômodo, que servia para dormir e guardar alimentos e até animais. Os móveis, bastante rústicos, resumiam-se à mesa e bancos de madeira e os colchões de palha[2].

Fica claro portanto, que as condições de vida eram totalmente favoráveis a proliferação dos roedores que em suas pulgas, carregavam a mortal bactéria da peste. Deve-se considerar além disso, o fato de que as ruas forneciam condições ainda melhores para a multiplicação deste tipo de animal uma vez que eram enlameadas, repletas de vielas e com grande acúmulo de lixo de toda natureza. O odor de fezes era sentido por toda parte e nas regiões de maior concentração demográfica, vilas próximas aos portos, todos se "apertavam" em ruas e becos estreitíssimos:
Nas cidades, aglomeravam-se e conviviam todos os tipos de pessoas e profissões: ricos, comerciantes, taberneiros, artesãos, padeiros, relojoeiros, joalheiros, mendigos, pregadores, vendedores ambulantes, menestréis, etc. E na periferia das cidades, bastante discriminados pela maioria da população, viviam outros grupos: judeus, muçulmanos, hereges, leprosos, homossexuais e prostitutas, que estiveram entre os quais perseguidos e reprimidos pela Inquisição, a partir do século XII[3].

Isso nos ajuda a entender também como a doença transitou entre as diversas classes sociais penetrando inclusive, nos castelos e igrejas/conventos da época.

Com tantos hospedeiros as pulgas obviamente, se multiplicaram e o contágio ficava cada vez mais fácil.  Uma única picada era mais que suficiente para injetar a bactéria na corrente sanguínea das pessoas que em poucos dias desenvolvia os sintomas: Febre alta, calafrios, dor de cabeça intensa, dores generalizadas, falta de apetite, náuseas, vômitos, confusão mental, olhos avermelhados, pulso rápido e irregular, pressão arterial baixa, prostração e mal-estar geral. Passados alguns dias, surgiam tumores principalmente na virilha e pescoço provocando hemorragias e intensa dor o que provocava uma morte lenta e sofrida. Esses tumores que também eram chamados de bulbo, ficavam escuros com o agravamento das infecções e, por isso, surgiram os termos peste bubônica (bulbo) e peste negra. 
A situação ficava ainda mais grave quando o inverno obrigava as pessoas a ficarem mais tempo nas suas moradias. As condições de higiene ficavam ainda piores tendo em vista que o frio desencorajava as pessoas a prática do asseio fazendo uso de água apenas para beber. Os ratos, por sua vez, migravam mais intensamente para o interior das casas em busca de comida e abrigo que muitas vezes, era encontrado nos dormitórios de palha. A partir daí, as pulgas se infestavam por toda a parte: Casacos feitos com peles de animais, cobertores, paredes, nos animais domésticos e nas próprias camas de palha. Além disso, esse minúsculo animal é resistente a ambientes desfavoráveis a sua proliferação e pode ficar sem alimentação por muito tempo. Tais condições aumentava significativamente o número de casos.
Acometido pelos sintomas e sem possuir nenhum atendimento ou esclarecimento acerca da doença e suas causas, restava as pessoas pouquíssimas opções de tratamento, sempre ineficazes, que se resumiam a compressas com panos quentes, para controlar a febre, chás para as dores no corpo e outra "terapia" muito usada na época: a oração.
Quando os efeitos da doença começaram a amedrontar a população e os primeiros tratamentos se mostraram inúteis a única alternativa que restara foi a fé. A Igreja, por sua vez, defendia a tese de que a epidemia era um grande castigo de Deus para com os pecadores e muitos inclusive, chegaram a falar no fim do mundo. Assim, as orientações eram sempre voltadas para o arrependimento, resignação e aceitação da vontade de Deus. No entanto, nós sabemos que foi o contexto social o grande "culpado" pela proliferação da doença que só começou a diminuir, depois da progressiva modernização urbanística que o continente sofreu durante a Idade Moderna.
  A bactéria que causou a Peste Negra medieval ressurgiu, provavelmente, alguns séculos depois causando nova epidemia, em meados do século XIX na China. Cerca de 12 milhões de pessoas faleceram pela doença só na China e Índia, mas desta vez, não chegou à Europa. Contudo, vale salientar que esse ressurgimento pode ocorrer novamente até porque várias regiões do mundo ainda reproduzem os modelos de sociedade que favoreceram o surgimento da grande epidemia. Ou seja, se não aprendermos as lições do passado, podemos estar "cultivando" no Brasil/mundo as mesmas condições que fez a peste ganhar força na Europa medieval.
Referências
ALMEIDA, Alzira Maria Paiva de et al. Pesquisa de Yersinia pestis em roedores e outros pequenos mamíferos nos focos pestosos do Nordeste do Brasil no período 1966 a 1982. Rev. Saúde Pública, Jun 1987, vol.21, no.3, p.265-267. ISSN 0034-8910 -http://www.scielo.br/cgi-bin/wxis.exe/iah/.  
PEDRERO-SÁNCHES, Maria Guadalupe. História da Idade Média: Textos e Testemunhas. São Paulo: UNESP, 2000.
OLIVEIRA, Waldir Freitas. A Caminho da Idade Média. São Paulo: Brasiliense, 1987.
http://www.forumdahistoria.com.br
http://www.sohistoria.com.br




[1] Professor Me. Valdemir de França Souza - Currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/0575808525650859
[2] Em: < http://www.sohistoria.com.br/ef2/medieval/p5.php > Acesso em: 13 de março de 2015. 
[3] Em: < http://www.forumdahistoria.com.br/idade_media > Acesso em: 12 de março de 2015.

sexta-feira, 27 de março de 2015

A partir desta segunda-feira (10/03), o Estado de Pernambuco, por meio do Programa Nacional de Imunizações (PNI), do Ministério da Saúde, passa a ofertar no Calendário Nacional a vacina contra o Papiloma Vírus Humano (HPV) no Sistema Único de Saúde (SUS). No Estado, a expectativa é beneficiar 253,3 mil meninas, entre 11 e 13 anos. A vacina estará disponível nos postos da rede pública em Pernambuco durante todo o ano como parte da rotina de imunização, além da mobilização que será realizada em escolas públicas e privadas.
Para receber a vacina é preciso apresentar o cartão de vacinação e documento de identificação. Cada adolescente deverá tomar três doses para completar a proteção, sendo a segunda, seis meses depois, e a terceira, cinco anos após a primeira dose. “Nas meninas dessa faixa etária a vacina é altamente eficaz, induzindo a produção de anticorpos em quantidade dez vezes maior do que a encontrada em infecção naturalmente adquirida num prazo de dois anos”, explica a coordenadora do Programa Nacional de Imunização em Pernambuco (PNI/PE), Ana Catarina Melo.
A vacina quadrivalente protege contra os subtipos HPV 6, 11, 16 e 18, sendo os últimos responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer de colo do útero em todo mundo.  O HPV é um vírus transmitido pelo contato direto com pele ou mucosas infectadas por meio de relação sexual. Também pode ser transmitido da mãe para filho no momento do parto.  A vacinação será restrita ao sexo feminino e o objetivo é reduzir casos e mortes ocasionados pelo câncer de colo uterino. De acordo com calendário desenvolvido pelo Ministério da Saúde, em 2015, a vacina passa a ser oferecida para as adolescentes de 9 a 11 anos e em 2016 às meninas de 9 anos.
Campanha - O Ministério da Saúde preparou uma campanha informativa para orientar a população sobre a importância da prevenção contra o câncer do colo de útero. Com tema “Cada menina é de um jeito, mas todas precisam de proteção”, as peças convocam as meninas para se vacinar. Na campanha, as mulheres também são alertadas de que a prevenção do câncer de colo do útero deve ser permanente.
Doença – O HPV é um vírus transmitido pelo contato direto com pele ou mucosas infectadas por meio de relação sexual. Também pode ser transmitido da mãe para filho no momento do parto.  Estimativa da Organização Mundial da Saúde aponta que 290 milhões de mulheres no mundo são portadoras da doença, sendo 32% infectadas pelos tipos 16 e 18.  O Ministério da Saúde orienta que mulheres na faixa etária dos 25 aos 64 anos façam o exame preventivo, o Papanicolau, anualmente. A vacina não substitui a realização do exame preventivo e nem o uso do preservativo nas relações sexuais.
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segunda-feira, 23 de março de 2015

COMO CALCULAR SEU IMC

por Dra. Ana Escobar G1

Você sabe calcular seu IMC? Saiba interpretá-lo


Todo mundo quer estar de bem com o próprio peso. Por razões de saúde ou por razões estéticas. Mas poucas pessoas sabem exatamente qual é o peso ideal para determinada altura. Por exemplo: um homem de 1,70m pesando 70 kg está dentro do que se considera “adequado”? E se este mesmo homem pesar 15 kg a menos, isto é, 55 kg? O IMC ou Índice de Massa Corpórea é uma medida que ajuda avaliar se o seu peso está adequado, baixo ou elevado para a sua altura.
 
Cada pessoa tem um tipo de corpo diferente. Importante saber que o IMC serve apenas como um instrumento métrico que procura, de uma forma geral e bem ampla, interpretar a forma corpórea das pessoas. Com a análise deste e de outros parâmetros em conjunto, como outras métricas corpóreas (a circunferência abdominal, por exemplo) a avaliação médica e os exames laboratoriais, facilita-se a tomada de uma decisão importante – e difícil – no sentido de perder ou de ganhar peso.
 
Como se calcula o IMC?
 
Fácil. Faça a seguinte conta (use a máquina de calcular!): pegue seu peso em quilos e divida pela sua altura em metros. Divida novamente pela sua altura em metros. Veja o resultado: este é o seu IMC.

Vamos utilizar o exemplo acima exposto: homem de 1,70 metros pesando 70 kg: 70 dividido por 1,70 = 41,17. Dividimos este número de novo por 1,70 e dá 24,22. Este é o IMC. Agora vamos ver se este homem de 1,70 metros pesasse 55 kg. Faça as contas e confira: o IMC é 19,03. 
  
Como interpretar o IMC?

O que exatamente o índice quer dizer? Veja a interpretação na tabela abaixo, de acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia:
 
IMC                               INTERPRETAÇÃO
< 18,5                           MAGREZA
Entre 18,5 e 24,9          ADEQUADO
25 a 29,9                      SOBREPESO
30 a 39,9                      OBESIDADE
> 40                              OBESIDADE GRAVE
 
Retomando nosso exemplo, podemos ver que os dois homens de 1,70 m, pesando 70 e 55 kg estão com os respectivos IMCs (24,22 e 19,03) dentro do “adequado”.
 
O cálculo do IMC é uma abordagem inicial. Quem não está com o peso adequado deve procurar uma avaliação profissional, pois hoje há muito o que se pode fazer para ajudar as pessoas a perderem ou ganharem peso, mantendo a qualidade de vida bastante satisfatória.
 
Calcule seu IMC e lembre-se que a busca da saúde é sempre a melhor opção para a vida!

COMO SABER SE É DENGUE

Febre: como saber se é dengue?

Todos os dias nos deparamos com as estatísticas da dengue apontando aumento expressivo do número de casos, na grande maioria dos municípios brasileiros.
Resultado: quem tem febre fica naturalmente preocupado com os próximos passos. Quem procurar? Como ter certeza do diagnóstico? Quais medicamentos estão indicados? E quais, principalmente, são os contraindicados? 

Vamos entender questões importantes para tomar as condutas e atitudes corretas.

1. Estou com febre. O que fazer?

MUITA ATENÇÃO: algumas medicações estão formalmente contraindicadas na suspeita de dengue. É o caso do ácido acetilsalicílico. Por isso, muito cuidado com todos os medicamentos, mas essencialmente com os antigripais. Vários deles contém ácido acetilsalicílico em suas fórmulas. Todos os medicamentos que o contém não devem, portanto, ser utilizados. Recomenda-se baixar a febre com o paracetamol ou dipirona.
Outro grupo de medicamentos contraindicados na suspeita de dengue são os antiinflamatórios não hormonais como, por exemplo, ibuprofeno, nimesulida ou diclofenaco. Por isso, fique atento à bula e evite consumir quaisquer medicamentos sem orientação médica.

2. Quando procurar o Serviço de Saúde?

Várias doenças infecciosas começam com febre. Dengue inclusive. Por isso, entenda quais os sintomas mais característicos da dengue para saber quando procurar o serviço de saúde. Se juntamente com a febre você apresentar dores pelo corpo, principalmente dor atrás do olho, dor de cabeça, cansaço, enjoo, vômitos ou mal-estar, há uma chance de ser dengue e, por isso, procure um serviço de saúde, ainda mais se você estiver em uma região onde sabidamente há casos de dengue. Lembre-se de que estes sintomas iniciais podem se confundir com os de uma gripe. Mas só o médico é que pode definir a diferença. 

3. Quando ir diretamente ao pronto-socorro?

PRESTE ATENÇÃO AOS SINAIS DE ALERTA: se, além dos sintomas acima descritos, você apresentar um dos seguintes sinais de alarme: episódios de sangramento, especialmente em gengivas ou nariz, manchas vermelhas ou bolinhas roxas pelo corpo, vômitos persistentes, dores abdominais, dores articulares, sonolência ou irritabilidade, pouco xixi, episódios de queda de pressão ou temperatura baixa, vá IMEDIATAMENTE ao pronto-socorro para ser avaliado. Estes sinais podem indicar formas potencialmente mais graves de dengue. Lembre-se: quanto antes o diagnóstico for definido e o tratamento iniciado, melhor.

4. Quais são os grupos de risco? 

Crianças e adolescentes com menos de 15 anos, adultos com mais de 60 anos, gestantes e portadores de doenças crônicas. Estes são os grupos mais vulneráveis a dengue. Por isso, é fortemente mandatório que todas estas pessoas, na suspeita de dengue, façam um hemograma completo com plaquetas, mesmo que não tenham nenhum sinal de sangramento. Saliente-se que este exame também deve ser realizado por todas as pessoas, independentemente de estarem no grupo de risco, que também suspeitem de dengue como um diagnóstico provável. 

5. Como confirmar o diagnóstico de dengue?

Além do quadro clínico que é sugestivo de dengue, há 2 testes laboratoriais que podem ser feitos para definir o diagnóstico: um teste que conhecemos como “prova rápida” e pode ser feito nos primeiros sintomas da doença. Este teste detecta uma proteína específica do vírus em nosso sangue. No entanto, o diagnóstico preciso é feito com a sorologia, que detecta a presença de anticorpos específicos contra o vírus da dengue no organismo. Esta, porém, torna-se positiva apenas depois dos 5 primeiros dias de doença.

6. Quais as medidas gerais para pessoas com suspeita de dengue?

Dengue não tem um tratamento específico e nem vacina. Por isso, fique atento às orientações relativas aos sinais de alerta e grupos de risco.

Além disso, é importante ingerir bastantes líquidos, mais que o habitual, como chás, sucos de frutas, leite, água de coco ou água. Não se esqueça também de tomar, de gole em gole, mas com muita frequência, soro de reidratação oral. Hidrate-se bem.

Faça repouso. Descanse o corpo e a cabeça. Para aliviar os sintomas ou a febre, utilize apenas paracetamol ou dipirona.

Vale sempre lembrar que o mosquito contaminado pode estar nas redondezas de nossas casas, escolas ou trabalho. Evite a proliferação destes pernilongos. Faça sua parte. O controle da dengue depende também de nossa ação em conjunto. 

Fonte: G1


sexta-feira, 20 de março de 2015







Por ano, mais de 400 mil brasileiros são vítimas do infarto agudo do miocárdio (IAM). Em Pernambuco, 9,8% da população (5.336 pessoas) morrem por causa do problema. Além dos trabalhos preventivos que a Secretaria Estadual de Saúde (SES) vem promovendo com a população, o órgão decidiu criar um Programa de Telemedicina em Cardiologia, para tirar dúvidas dos profissionais médicos e explicar como funciona o atendimento dos pacientes com dor torácica ou infarto nas Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e nos hospitais regionais. Para saber mais sobre o Programa, assista o vídeo AQUI.
 
Programa de Telemedicina em Cardiologia
Telefone: (81) 3184.0538

sábado, 14 de março de 2015

Fiocruz isola vírus chikungunya e avança na criação de teste rápido

Desde o ano passado, doença já infectou 3.822 pessoas no Brasil.
Doença transmitida como a dengue provoca sintomas dolorosos.

Mariana LenharoDo G1, em São Paulo
Vírus chikungunya (Foto: CDC/PHANIE)Vírus chikungunya foi isolado a partir de amostras humanas por laboratório do Instituto Carlos Chagas, da Fiocruz Paraná (Foto: CDC/PHANIE)
Info Chikungunya V1 (Foto: Editoria de Arte/G1)
Pesquisadores do Instituto Carlos Chagas (ICC), da Fiocruz Paraná, estão mais perto de desenvolver um teste rápido para detectar o chikungunya, doença que já infectou 3.822 pessoas desde que chegou ao Brasil no ano passado.
Este mês, a equipe conseguiu isolar o vírus a partir do soro do sangue de pacientes infectados. Ter o vírus isolado significa, segundo a pesquisadora Claudia Nunes Duarte dos Santos, chefe do Laboratório de Virologia Molecular do ICC, obter matéria-prima permanente para pesquisas sobre a doença.
“Conseguimos crescer o vírus em cultura e podemos manipular, infectar outras células, usar como reativo para teste diagnóstico e estudar diferentes aspectos do vírus”, diz.  O foco de sua equipe agora é validar um kit diagnóstico desenvolvido pelo laboratório para detectar a doença em apenas 15 minutos a partir de uma gota de sangue.
Atualmente, o teste padrão para detecção do chikungunya usado pelo Ministério da Saúde é do tipo Elisa (Enzyme-Linked Immunosorbent Assay). Ele é capaz de detectar os anticorpos produzidos pelo organismo em reação ao vírus. Por isso, o exame só é eficaz a partir do quinto dia do aparecimento dos sintomas. O resultado também não é imediato: demora alguns dias para sair.
Por causa das limitações relacionadas a esse teste, depois que os primeiros casos são constatados com exame laboratorial em determinada região, ocorrências posteriores são confirmadas apenas por critérios clínicos e epidemiológicos, segundo determinação do Ministério da Saúde.
Um teste rápido e acessível poderia mudar essa situação, segundo Claudia. “É importante que o paciente sabia na beira do leito a doença que tem para que possa ter um prognóstico melhor.”
Segundo balanço divulgado nesta quinta-feira (12) pelo Ministério da Saúde, só neste ano já houve 1.049 casos confirmados da doença no país: 590 no Amapá e 459 na Bahia.
A pesquisa sobre o vírus chikungunya começou a ser feita no ICC antes mesmo de a doença chegar ao país, há três anos. “Tínhamos tudo pronto para validar o kit, mas nunca conseguíamos amostras de pacientes”, diz Claudia. Agora, com uma amostra grande de pacientes disponível, a validação do teste rápido é uma questão de meses, segundo a pesquisadora.
Selo - Chikungunya (Foto: G1)
A pesquisadora lembra que já há um teste rápido para detectar chikungunya que está sendo aplicado em algumas cidades da Bahia. Ele foi desenvolvido por uma empresa privada e promete informar o resultado em 20 minutos.
Sintomas dolorosos
A infecção pelo vírus chikungunya provoca sintomas parecidos com os da dengue, porém mais dolorosos. No idioma africano makonde, o nome chikungunya significa "aqueles que se dobram", em referência à postura que os pacientes adotam diante das penosas dores articulares que a doença causa.
Em compensação, comparado com a dengue, o novo vírus mata com menos frequência. Em idosos, quando a infecção é associada a outros problemas de saúde, ela pode até contribuir como causa de morte, porém complicações sérias são raras, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
G1.

quarta-feira, 11 de março de 2015

Dia Internacional da Mulher é celebrado nas unidades Facipe 

WWW.FACIPE
Foto 02A Faculdade Integrada de Pernambuco – Facipe desenvolveu uma ação em celebração ao Dia Internacional da Mulher, onde as alunas da instituição foram surpreendidas com uma recepção toda especial. Ao entrar nas unidades, as estudantes se deparavam com um longo tapete vermelho e sons de violinos entoando canções que têm nomes de mulheres nos títulos, a exemplo de Rosa, de Pixinguiinha, Valerie, de Amy Winehouse, como também temas de filmes românticos, a exemplo de “I say a little prayer”, de Aretha Franklin, famosa pelo filme “O Casamento do meu melhor amigo”. Entretanto a verdadeira surpresa aguardava pelas alunas nas recepções, onde modelos trajando smoking foram encarregados de entregar rosas vermelhas com cartões. Entre as muitas reações, sorrisos de espanto e olhos brilhando, pontuaram os pedidos de fotos de recordação de um dia feito especialmente pra elas. A iniciativa realizada durante esta segunda (09), em todas as unidades da faculdade, teve o intuito de reafirmar à presença das mulheres no ambiente acadêmico, e reforçar sua importância para o mercado de trabalho como futuras profissionais.
Confira todas as fotos da ação no Flickr da Facipe: http://bit.ly/1BwfE8M

terça-feira, 10 de março de 2015

Vacinas ajudam a combater epidemias e a alta taxa de mortalidade

Quando devemos tomar vacinas?
Especialistas tiram as dúvidas e falam sobre mitos e verdades.

Do G1, em São Paulo
Quando devemos tomar vacinas? Quais são as obrigatórias? Quais são só para as crianças? Podemos tomar mais de uma por dia? E a carteirinha de vacinação, tem que guardar para sempre? Os médicos Renato Kfouri, pediatra e infectologista, e Rosana Richtmann, infectologista, ajudaram o Bem Estar desta terça-feira (10) a desvendar as dúvidas sobre as vacinas.
As vacinas são pensadas e desenvolvidas contra doenças que têm impacto importante na sociedade, como alta taxa de mortalidade (meningite), que acomete muita gente (gripe), ou então porque leva a complicações (pneumonia). Qualquer vacina pode dar reações, como vermelhidão, dor e inchaço, ou febre e mal estar.
Muita gente acha que só pode tomar uma vacina por dia. Isso é mito. Não existe um número limite de vacinas, mas pelo desconforto da aplicação, geralmente são dadas de duas a três por vez. Também é mito quem fala que a vacina da gripe causa gripe. Essa vacina é feita com fragmento do vírus morto, portanto, é impossível de causar gripe. “Se eu já tive a doença, não preciso tomar a vacina”. Isso só vale para casos em que a doença não aparece de novo, como a catapora. Em outros casos, são vários vírus.
Criança com febre não deve tomar vacina? Verdade. Ela tem que estar sem febre por 48 horas. Se tiver em dúvida se tomou ou não a vacina, tome de novo. Não tem problema algum. Alérgicos a ovo também precisam ter cuidado. Algumas vacinas não tem proteína do ovo na composição.

segunda-feira, 9 de março de 2015

TCU diz que 49% das cidades com o Mais Médicos perderam profissionais

Números indicariam que prefeituras podem ter dispensado médicos do SUS.
Ministro da Saúde diz que relatório do tribunal está desatualizado.G1


Relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre o Programa Mais Médicos afirma que houve redução de profissionais em ao menos 49% das cidades atendidas pelo programa ao longo do primeiro ano de funcionamento.
O documento constatou ainda casos de cidades que receberam bolsistas e tiveram aumento inferior ao esperado no quadro de funcionários.
Segundo o ministro da Saúde, Arthur Chioro, em apenas 3% dos municípios atendidos pelo Mais Médicos houve redução de profissionais. Além disso, ele afirma que o documento está desatualizado (leia mais abaixo).

De acordo com o órgão de fiscalização, os números indicariam que prefeituras podem ter dispensado profissionais que atuavam pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e substituído as vagas por integrantes do Mais Médicos – ação condenada pelo governo federal.
Os técnicos do TCU analisaram o período de junho de 2013 a março de 2014. Baseado nisso, apontaram que em 161 cidades que receberam bolsistas houve redução de médicos.
O Mais Médicos foi criado em 2013 com o objetivo de aumentar o número de profissionais atuantes na rede pública de saúde em regiões carentes, permitindo a vinda de profissionais estrangeiros ou de brasileiros que se formaram no exterior sem a necessidade de revalidação do diploma.