quinta-feira, 27 de outubro de 2016

Vacinação contra HPV será estendida a meninos em 2017

Foto: Shutterstock

A partir de janeiro do próximo ano, o Ministério da Saúde passará a disponibilizar a vacina contra o HPV para os garotos de 12 a 13 anos na rotina do Calendário Nacional de Vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS). A faixa etária será ampliada, gradativamente, até 2020, quando serão incluídos os meninos com 9 anos, até os 13 anos. Segundo o Ministério da Saúde, a estratégia tem como objetivo proteger os garotos contra os cânceres de pênis, garganta e ânus, doenças que estão diretamente relacionadas ao HPV. A definição da faixa etária para a vacinação visa proteger as crianças antes do início da vida sexual e, portanto, antes do contato com o vírus. 
A expectativa é imunizar mais de 3,6 milhões de meninos em 2017, além de 99,5 mil crianças e jovens de 9 a 26 anos que já estão vivendo com HIV/Aids. Para isso, o Ministério da Saúde está adquirindo seis milhões de doses, ao custo de R$ 288,4 milhões. Não haverá custos extras para a pasta, já que neste ano, com a redução de três para duas doses no esquema vacinal das meninas, o quantitativo previsto foi mantido, possibilitando a vacinação dos meninos.
  • A vacina
O esquema vacinal para os meninos será de duas doses, com seis meses de intervalo entre elas. Para os que vivem com HIV, a faixa etária é mais ampla (9 a 26 anos) e o esquema vacinal é de três doses (intervalo de 0, 2 e 6 meses). No caso dos portadores de HIV, é necessário apresentar prescrição médica. Atualmente, a vacina HPV para meninos é utilizada como estratégia de saúde pública em seis países (Estados Unidos, Austrália, Áustria, Israel, Porto Rico e Panamá).
O Brasil assegura a sétima posição e a vanguarda na América Latina. A vacina é totalmente segura e aprovada pelo Conselho Consultivo Global sobre Segurança de Vacinas da Organização Mundial de Saúde (OMS). A vacina disponibilizada para os meninos será a quadrivalente, que já é oferecida desde 2014 pelo SUS para as meninas. Ela confere proteção contra quatro subtipos do vírus HPV (6, 11, 16 e 18), com 98% de eficácia para quem segue corretamente o esquema vacinal. Vale ressaltar que os cânceres de garganta e de boca são o 6º tipo de câncer no mundo, com 400 mil casos ao ano e 230 mil mortes. Além disso, mais de 90% dos casos de câncer anal são atribuíveis à infecção pelo HPV.
  • Meninas
Também a partir de 2017 serão incluídas na vacinação do HPV as meninas que chegaram aos 14 anos sem tomar a vacina ou que não completaram as duas doses. A estimativa é de que 500 mil adolescentes estejam nesta situação. Atualmente, a faixa etária para o público feminino é de 9 a 13 anos. Desde a incorporação da vacina no Calendário Nacional de Vacinação, em 2014, já foram imunizadas 5,7 milhões de meninas com a segunda dose, completando o esquema vacinal. Este quantitativo corresponde a 46% do total de brasileiras nesta faixa etária.
Nas meninas, o principal foco da vacinação é proteger contra o câncer de colo do útero, vulva, vaginal e anal; lesões pré-cancerosas; verrugas genitais e infecções causadas pelo vírus. O HPV é transmitido pelo contato direto com pele ou mucosas infectadas por meio de relação sexual. Também pode ser transmitido de mãe para filho no momento do parto.
Estimativas da OMS indicam que 290 milhões de mulheres no mundo são portadoras do vírus, sendo 32% infectadas pelos tipos 16 e 18.  Em relação ao câncer do colo do útero, estudos apontam que 265 mil mulheres morrem devido à doença em todo o mundo, anualmente. No Brasil, o Instituto Nacional do Câncer estima 16 mil novos casos.
  • Meningite C
O Ministério da Saúde anunciou, ainda, a inclusão da vacina contra meningite C para meninos e meninas de 12 a 13 anos a partir de 2017. Até 2020, a vacina deverá estar disponível a crianças de 9 a 13 anos. Hoje, essa imunização é oferecida apenas para crianças aos 3, 5 e 12 meses de idade. Em 2015, foram registrados 15,6 mil casos de diferentes tipos em todo o país. A meningite C é o subtipo mais frequente da doença, e representa cerca de 60% a 70% dos casos de meningite. Ela é considerada grave e de rápida evolução.

Via: http://portalsaude.saude.gov.br/

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