terça-feira, 23 de maio de 2017

Características e medidas de controle de vetores e de estruturas que possam promover a transmissão da bactéria leptospira no município de Camaragibe-PE.

*Jennifer Xavier da Silva

Principal vetor da leptospirose

Segundo a Secretaria de Saúde de Pernambuco a leptospirose ocorre subitamente, sendo esta uma doença de caráter infeccioso. Trata-se de uma zoonose que apresenta um peso enorme no sistema social e econômico, muitas vezes apresenta uma incidência muito alta em determinadas áreas, o que reflete em custo hospitalares além das perdas de atividade de trabalho. A leptospirose é uma doença letal, que pode chegar a mais de 40% dos óbitos nos casos mais graves. É uma doença relacionada pela fragilidade do sistema sanitário das regiões, causando uma infestação de roedores infectados. Geralmente a doença se apresenta com maior incidência nos períodos chuvosos, o motivo seria o fato desta, ser disseminada mais facilmente pela grande quantidade de água, o que facilita a ocorrência do surto.



Segundo o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde de Pernambuco (CIEVS/PE) em 2016 foram notificados 637 casos em no Estado, sendo 157 casos confirmados, 371 casos descartados e 106 casos em investigação. Já em 2017, foram notificados 65 casos representando assim uma redução de 75,1% quando comparado com o ano anterior. Em 2017 até o momento não foram confirmados casos de óbito por leptospirose. No entanto, em todo ano de 2016 houve 17 óbitos confirmados.

No ano de 2016 o município de Camaragibe apresentou 23 casos de leptospirose, já em 2017, até o momento, houve apenas 01 caso notificado no município. De acordo com a CIEVS/PE, o aumento do número de casos suspeitos de leptospirose é esperado nós períodos chuvosos, isto se deve-se a falta de integridade ambiental do município, pois passa-se a ser correlacionar com as ocorrências de alagamentos e/ou inundações. Portanto, graças a essas ocorrências os indivíduos ou grupos de pessoas acabam entrando em contato com a lama ou água contaminada, contraindo assim a doença.

           A leptospirose é uma doença bastante conhecida entre as pessoas. Como já foi comentado anteriormente é uma doença que se encontra comumente em assentamentos urbanos irregulares, algumas comunidades tem certo número de catadores que tendem a acumular resíduos sólidos em torno de suas casas, o que por muitas vezes favorece para atrair os ratos, que normalmente são roedores infectados (MESQUITA, 2016).

A leptospirose é uma doença infecto-contagiosa de característica aguda, podendo esta acometer animais e pessoas, é uma doença causada por uma bactéria conhecida como Leptospira, que vem sendo apresentada como causadora de adoecimento em comunidades com insuficiência nos serviços ambientais, ela também vem apresentando-se como característica fatal entre criança e idosos. Além dos homens, os animais domésticos podem ser contaminados pela doença, tornando-se assim hospedeiros acidentais, e como conseqüência da contaminação acabam adoecendo assim como os seres humanos. Os cães se contaminados pela bactéria, tendem a acabar servindo de reservatório e fonte transmissora da bactéria Leptospira para o ser humano, os suínos e eqüinos também estão nos grupo de animais contaminados pela bactéria e que por a portarem poderão transmiti-la para o homem (MESQUITA, 2016).

Pegamos como modelo, um estudo realizado em outras regiões onde podemos ver a eficiência de alguns procedimentos e correlacionar com a realidade do município de Camaragibe. Uma das partes mais interessantes do estudo foi a elaboração de uma educação ambiental, relacionadas com os problemas e dúvidas encontradas durante a entrevista residencial, o objetivo do material era de promover a educação em saúde com uma discussão  atrativa e de fácil entendimento, sendo um material onde se incluía imagem autorizada pelos moradores, essas imagens seriam das próprias pessoas entrevistadas na comunidade que serviram como banco de dados do estudo, contribuindo assim para uma linguagem acessível para as pessoas com baixo escolaridade, sendo esta uma condição observada durante o estudo. Ainda segundo este estudo, dois autores citados na literatura, sendo eles Lermen e Fisher afirmam que o fato de uma pessoa apresentar um grau de escolaridade maior, contribui para um melhor senso crítico da situação (MESQUITA, 2016).

De acordo com algumas citações do estudo de Mesquita, 2016; os animais que vivem em áreas urbanas, onde o sistema sanitário apresenta deficiência e precariedade, há geralmente um conjunto de lixos e esgotos a céu aberto, além de possíveis promiscuidades com alguns animais, acabam por construir mecanismos de risco para a saúde da comunidade, sendo assim descrita como população de risco. No material produzido para a comunidade se esclarece sobre as medidas de prevenção da doença e os sinais e sintomas da mesma, visando-se sempre diminuir as principais dúvidas da população entrevistada. Além de ser abordada práticas ambientais de prevenção para a doença, tais como evitar o acúmulo de água e de restos de alimentos em torno de suas casas (MESQUITA, 2016).

Para melhor implementar esse estudo, buscamos uma análise de mediadas apresentadas pelo site da Prefeitura de São Paulo, já que por muitas  vezes temos como referencias os casos caóticos apresentados principalmente em períodos chuvosos. Segundo apresentado pelo site, algumas medidas simples são cruciais para evitar a disseminação da doença, tal como guarda bem os alimentos, fecha bem as frestas, ralos e telhados de suas casas ou estabelecimentos comerciais, amarre bem o lixo e o coloque momentos antes da coleta, não jogue lixo em córregos, bueiros e terrenos baldios, não acumule caixas de papelão.

Alagamento em um dos bairros de Camaragibe

É interessante lembrar que a transmissão mais comumente encontrada é nos períodos de chuva, o que não descarta outras medidas já citadas para prevenção da doença. Em alguns casos a tal infecção pode ser adquirida quando fazemos uma faxina em locais contaminados com a urina do rato, ou ao mexer no lixo, e contatos com rios, córregos, fossas ou até mesmo nadando em represas e lagos também podem servir de mecanismo para a transmissão da doença. Em casos de enchentes, ao momento em que a água baixar desinfete o ambiente, tais como o chão, parede, e objetos que entraram em contato com a água e/ou lama da enchente, para limpar o local use uma solução de água sanitária sendo esta quantidade de 200ml em um balde médio de 20L de água, ao aplicar a solução aguarde 30 minutos e se necessário repita o procedimento, em seguida jogue água limpa para da continuidade ao processo de desinfecção, sendo esta limpeza realizada com o auxilio de luvas e botas ou sacos plásticos duplos que deveram ser envolvidos nas mãos e nós pés da pessoas que ira realizar o procedimento de limpeza do local.

 Alguns cuidados também devem ser tomados, como jogar fora alimentos e remédios que tiveram contato direto com a água contaminada durante a enchente. O tempo de adoecimento após o contato com a urina do rato é de 01 á 30 dias. Coloque sempre frutas, legumes, verduras e qualquer outro alimento na geladeira, tente não deixar restos de comida sobre a mesa e nem no forno ou fogão, lembre-se de retirar a comida do seu animal de estimação no turno da noite, inclusive os alpistes dos pássaros, se seu animal consome qualquer tipo de alimento o guarde em vasilhas ou jogue em sacos de lixo bem vedados. Não deixe água do seu animal exposto durante a noite, feche bem as torneiras do tanque da pia, além de consertar goteiras ou vazamentos. Evite entulhos, eliminando-os, e jamais deixe o quintal, garagem, quartinhos desorganizados, sempre os deixe livres de entulhos. Além disso, antes de dormir lave bem as mãos e escove os dentes, pois com essas simples medidas podemos evitar mordeduras durante a noite, principalmente nos casos de crianças.

O Site da Secretaria de Saúde de Pernambuco ainda acrescenta que não devemos beber água mineral, refrigerante ou cerveja diretamente de suas superfícies, o ideal é que elas sejam devidamente lavadas para que posteriormente ocorra o consumo. Além de sempre da preferência aos copos descartáveis ou canudos plásticos. Em relação à caixa d’ água, devemos limpa La e desinfeta La por solução de água sanitária a cada seis meses. E se houver suspeita de contaminação da mesma, o procedimento de limpeza devera ser realizado da mesma forma.

* Acadêmica do quarto período de enfermagem. 











 Referencias

Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco, Governo de Pernambuco.

Manual de Vigilância - Leptospirose. Prefeitura de São Paulo Saúde; Secretaria Municipal de Saúde.

MESQUITA, Marilise Oliveira. TREVILATO, Graziella Chaves. SARAIVA, Luiza de Holleber. SCHONS, Michelle da Silva. GARCIA, Maria Isabel Ferreira. Material de educação ambiental como estratégia de prevenção da leptospirose para uma comunidade urbana reassentada. 2016.

Secretaria de Saúde do Estado de Pernambuco  secretaria Executiva de Vigilância em Saúde Diretoria Geral de Controle de Doenças e Agravos Coordenação de Prevenção e Controle de Zoonoses. Leptospirose Informe Epidemiológico SE 15. 2017


Centro de informações Estratégicas de Vigilância em Saúde de Pernambuco (Cievs/ PE). Alerta Epidemiológico: Leptospirose – Condutas relacionada à leptospirose em períodos chuvosos. 2016

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