domingo, 6 de março de 2016

Médico cobra R$1,8 mil de gestante por atendimento via SUS

Um médico foi flagrado enquanto cobrava R$ 1,8 mil de uma paciente grávida do Sistema Único de Saúde (SUS) para realizar sua cirurgia de parto.

As imagens foram feitas por uma câmera escondida e mostram o ginecologista, Divino Anselmo Orlando, negociando com a mulher em seu consultório no Hospital Sinai,do qual é um dos donos, na capital.

Enquanto atende a gestante, o médico cita duas possibilidades de acompanhamento, uma delas particular e a outra pelo SUS que, ainda assim, necessita de pagamento.

No vídeo, o médico ainda informa a paciente que, por estar no sexto mês de gestação, não é necessário que ela faça todas as consultas, mas que ainda deve pagar o mesmo valor mencionado. Ele também menciona que o pagamento só pode ser realizado a vista e em dinheiro. Após o atendimento ele ainda alega que não é necessário ir uma rede pública para efetuar o tratamento pelo SUS.

Em entrevista a TV Anhanguera, responsável pela divulgação do vídeo, outras pacientes do mesmo médico alegaram que também tiveram de pagar a taxa.

Uma delas, mãe de três crianças, conta que todas as suas gestações foram acompanhadas por Orlando. Segundo a paciente ela fez o tratamento pelo SUS e ainda teve de pagar dez consultas.

O caso foi encaminhado para o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás e pelo Ministério Público. O órgão abriu uma ação para apurar os acontecimentos.

Cobrar qualquer quantia de pacientes que farão procedimento pelo SUS é ilegal. Devido a isso o hospital passa por uma auditoria para verificar se o médico recebeu duas vezes pelo procedimento. Uma vez do paciente e outra da unidade de saúde. Esta, disse que só vai se pronunciar quando tiver ciência do teor das acusações.

Foram anexados pela investigação, recibos que constavam o valor de R$ 1,8 mil reais pela consulta além de mais R$ 900 para que a gestante ficasse em um apartamento após o parto, já que no atendimento do SUS elas permanecem em leitos das enfermarias.

Orlando responde na Justiça desde abril de 2009, pelo crime de homicídio culposo, devido negligência na morte de um bebê com dois dias de vida. A mãe da criança alega ter pago R$ 2 mil ao médico em um atendimento pelo SUS.

“Paguei particular e ele me deixou na sala do SUS. Paguei para minha mãe ficar comigo, para me acompanhar, mas não tinha uma cadeira sequer para ela me acompanhar”, afirma ela em entrevista a TV Anhanguera.
A audiência de Orlando foi realizada no dia 22 de fevereiro, na 12ª Vara Criminal de Goiânia. 

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