sexta-feira, 17 de novembro de 2017

Mulheres viram alvo de campanha nacional sobre diabetes: quase 10% delas têm a doença



Uma doença que, no passado, já foi associada aos homens, mas que atualmente está mais presente na população feminina: 9,9% das mulheres brasileiras declarou ter diabetes em 2016, contra 7,8% dos homens, segundo a pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), do Ministério da Saúde. Esse dado fez com que a campanha do Dia Mundial do Diabetes, lembrado nesta terça-feira, seja pela primeira vez voltado para o público feminino.
Encabeçada pela Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e pela Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), a campanha foi intitulada "Mulheres e diabetes: nosso direito a um futuro saudável".




O crescimento do diabetes é uma tendência mundial, devido ao envelhecimento da população, mudanças dos hábitos alimentares e prática de atividade física. O diagnóstico da doença, entre todos os brasileiros, aumentou 61,8% em 10 anos, segundo a Vigitel. Entre 2006 e 2016, o contingente de diabéticos no país aumentou quase três milhões. E o de pessoas com obesidade — grande fator de risco para diabetes — aumentou aproximadamente dez milhões.

Rosane Kupfer, membro da SBEM e chefe do serviço de diabetes gestacional do Instituto Estadual de Diabetes e Endocrinologia (IEDE), explica que a menopausa faz aumentar orisco de diabetes entre as mulheres muito mais do que a andropausa, nos homens. Outra diferença que prejudica a população feminina é o risco de diabetes durante a gestação — que não é o diabetes "real", como conhecemos, porque após a gravidez a saúde da mulher em geral volta ao normal, mas a doença pode trazer complicações para o bebê.

— A própria modificação do ambiente hormonal por causa da gestação favorece o aumento da glicose. E, se a mulher tiver um pâncreas que já não esteja funcionando corretamente, ela pode desenvolver diabetes gestacional — afirma Rosane. — Isso é mais comum a partir da 4ª semana de gestação. E cada mulher pode pedir ao seu médico para fazer um teste que permite saber se ela tem um risco aumentado ou não.

A médica destaca que os fatores de risco são a existência de histórico de diabetes na família, ter mais de 25 anos ao engravidar, ter sobrepeso antes da gravidez ou ganhar peso em excesso durante a gestação. Ela ressalta as consequências que tal enferminade pode gerar para no feto:


O bebê corre o risco de nascer grande demais para sua idade gestacional. E, apesar de ser grande demais, ele na verdade é mais frágil do que os bebês normalmente são. Ele pode ter um aumento da produção de glóbulos vermelhos e um comprometimento do fígado, o que deixa o tom de pele amarelado. Depois, ele pode se recuperar, mas vai ter uma predisposição à obesidade na adolescência, e ao diabetes na vida adulta. Também pode ter problemas pulmonares — lista Rosane.


Dados sobre diabetes no Brasil

- O país tem 14,3 milhões de pessoas com diabetes;

- Metade das pessoas com diabetes não sabe que tem o problema, o que representa 9,4% da população brasileira;

- Anualmente, 130.700 pessoas morrem devido ao diabetes.

Dados sobre diabetes no mundo

- Um em cada 11 adultos têm diabetes no mundo (415 milhões de pessoas);

- Um em cada dois adultos com diabetes ainda não foi diagnosticado;

- 12% das despesas com saúde no mundo são gastos com diabetes;

- A estimativa é de que, em 2040, haja 642 milhões de pessoas com diabetes, e as despesas sejam superiores a US$ 802 bilhões;

- Diabetes é a principal causa de cegueira, falência renal e amputações de membros inferiores;

- A mortalidade devido ao diabetes é maior do que a relacionada a HIV/AIDS, tuberculose e malária somados. Isto é, uma morte a cada seis segundos.



Fonte:https://oglobo.globo.com/sociedade/saude/mulheres-viram-alvo-de-campanha-nacional-sobre-diabetes-quase-10-delas-tem-doenca-22069605 

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