segunda-feira, 22 de setembro de 2014




Semana será de ações de conscientização em hospitais
Familiares de pacientes seguem sendo um entrave para a doação de órgãos no Estado. Segundo dados divulgados pela Secretaria de Saúde (SES), até agosto deste ano, parentes de vítimas com morte encefálica negaram em 128 dos casos, o que corresponde a 24%. Dos 376 óbitos do tipo, apenas 87 resultaram em doações. Entre as alegações, estava o desejo de ter o corpo do parente íntegro para o enterro, a afirmativa que o potencial doador era contrário em vida e que a família acredita na reversão do quadro.
Para tentar mudar esse quadro, a Central de Transplantes de Pernambuco (CT-PE) realiza ações educativas nos hospitais da Restauração (HR) e Pelópidas Silveira (HPS), nesta segunda (22) e na quarta-feira (24), respectivamente, às 9h, para conscientizar os profissionais de saúde da importância do diagnóstico correto e da notificação da morte encefálica. Na quinta-feira (25), ainda haverá um curso com estudantes de enfermagem da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), para explicar como comunicar a morte aos familiares e trabalhar o convencimento para a doação de órgãos.
“A morte encefálica do paciente significa a morte da pessoa, apesar do coração ainda bater por algumas horas. O quadro é irreversível e o diagnóstico segue um rígido protocolo – um dos mais avançados do mundo. Além de prepararmos as equipes médicas para identificar essa situação, precisamos disseminar entre a população o significado desse tipo de morte e como ela pode se transformar beneficamente para alguém que está na fila de espera por um transplante”, afirma a coordenadora da Central de Transplantes, Noemy Gomes.
Conforme a legislação brasileira, a doação de órgãos é consentida apenas por familiares de até segundo grau em relação ao paciente. “Muitos familiares ficam preocupados que o corpo fique mutilado após a retirada do órgão. É importante esclarecer que isso não ocorre, já que é feito um trabalho minucioso de reconstituição. Os procedimentos também são realizados de forma ágil para manter a funcionalidade do órgão e para que as famílias recebam o quanto antes o corpo do ente querido”, completa Noemy, acrescentando que a maioria das pessoas – 1.079 pacientes – na fila de espera aguarda por um rim.
Site da folha PE de 22/09/2014.

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