Pernambuco registrou aumento
de 30% no número de casos de sífilis congênita - quando há transmissão de mãe
para filho na gestação. Os dados são referentes de 2013 a 2014 e revelam alta
de 950 para 1.235 nas notificações. Desse total, 70% estão concentrados em oito
municípios: Recife, Olinda, Jaboatão dos Guararapes, Cabo de Santo Agostinho,
Camaragibe, Ipojuca, Goiana e Paulista. Por isso, na próxima segunda-feira,
serão estabelecidas metas e ações voltadas para cada cidade. Entre os desafios
a serem superados, a resistência de alguns profissionais da Atenção Primária a
realizar o tratamento com a penicilina benzatina, antibiótico mais apropriado
para a cura eficaz. Os desafios foram discutidos na sede da Secretaria Estadual
de Saúde (SES), que contou com a presença do secretário Iran Costa.
“Quando a população está de
posse do diagnóstico e sabe que precisa do tratamento, ela faz. A resistência
maior é por parte dos profissionais, por conta dos efeitos que a penicilina
benzatina pode causar, como o choque anafilático”, explicou a secretária
executiva de Vigilância em Saúde, Luciana Albuquerque. Por isso, serão cobrados
que os oito municípios prioritários realizem o trabalho de conscientização dos
profissionais de saúde, para desmistificar o risco das reações adversas.
Há também a necessidade da
ampliação do acesso e ações para a população sexualmente ativa. “O Ministério
da Saúde disponibiliza o teste rápido, que é fácil de ser feito. Agora, com a
descentralização, a gente pode testar um maior número de pessoas e, nos casos
que dão reagentes, podemos confirmar com o teste de VDRL, que é o teste de
sangue”, disse o coordenador do programa estadual DST/Aids da Secretaria
Estadual de Saúde (SES), François Figueiroa.
A sífilis é uma doença
infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum, transmitida, principalmente,
pela relação sexual desprotegida. Se a gestante não trata a doença, pode
infectar o bebê ainda na barriga, que pode ocasionar aborto ou malformação no
feto. A criança que sobrevive pode desenvolver problemas de audição e no
sistema ósseo. O tratamento é simples. Mas tanto a grávida quanto o companheiro
precisam concluir procedimento, até 30 dias antes do parto, para garantir que
não ocorra a transmissão vertical. “Quando é recente, o seja, pegou há menos de
u ano, uma dose resolve. Senão precisa tomar três doses. Mas ninguém vai se
tratar por conta própria. É preciso ser prescrito pelo serviço de saúde, até
porque se trata de antibiótico”, afirmou François.
Fonte: http://www.folhape.com.br
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