*Jennifer Xavier da Silva
Principal vetor da leptospirose
Segundo
a Secretaria de Saúde de Pernambuco a leptospirose ocorre subitamente, sendo
esta uma doença de caráter infeccioso. Trata-se de uma zoonose que apresenta um
peso enorme no sistema social e econômico, muitas vezes apresenta uma
incidência muito alta em determinadas áreas, o que reflete em custo
hospitalares além das perdas de atividade de trabalho. A leptospirose é uma
doença letal, que pode chegar a mais de 40% dos óbitos nos casos mais graves. É
uma doença relacionada pela fragilidade do sistema sanitário das regiões,
causando uma infestação de roedores infectados. Geralmente a doença se
apresenta com maior incidência nos períodos chuvosos, o motivo seria o fato
desta, ser disseminada mais facilmente pela grande quantidade de água, o que
facilita a ocorrência do surto.
Segundo
o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde de Pernambuco
(CIEVS/PE) em 2016 foram notificados 637 casos em no Estado, sendo 157 casos
confirmados, 371 casos descartados e 106 casos em investigação. Já em 2017,
foram notificados 65 casos representando assim uma redução de 75,1% quando
comparado com o ano anterior. Em 2017 até o momento não foram confirmados casos
de óbito por leptospirose. No entanto, em todo ano de 2016 houve 17 óbitos
confirmados.
No
ano de 2016 o município de Camaragibe apresentou 23 casos de leptospirose, já
em 2017, até o momento, houve apenas 01 caso notificado no município. De acordo
com a CIEVS/PE, o aumento do número de casos suspeitos de leptospirose é
esperado nós períodos chuvosos, isto se deve-se a falta de integridade
ambiental do município, pois passa-se a ser correlacionar com as ocorrências de
alagamentos e/ou inundações. Portanto, graças a essas ocorrências os indivíduos
ou grupos de pessoas acabam entrando em contato com a lama ou água contaminada,
contraindo assim a doença.
A leptospirose é uma doença
bastante conhecida entre as pessoas. Como já foi comentado anteriormente é uma
doença que se encontra comumente em assentamentos urbanos irregulares, algumas
comunidades tem certo número de catadores que tendem a acumular resíduos
sólidos em torno de suas casas, o que por muitas vezes favorece para atrair os
ratos, que normalmente são roedores infectados (MESQUITA, 2016).
A
leptospirose é uma doença infecto-contagiosa de característica aguda, podendo
esta acometer animais e pessoas, é uma doença causada por uma bactéria
conhecida como Leptospira, que vem
sendo apresentada como causadora de adoecimento em comunidades com
insuficiência nos serviços ambientais, ela também vem apresentando-se como
característica fatal entre criança e idosos. Além dos homens, os animais
domésticos podem ser contaminados pela doença, tornando-se assim hospedeiros
acidentais, e como conseqüência da contaminação acabam adoecendo assim como os
seres humanos. Os cães se contaminados pela bactéria, tendem a acabar servindo
de reservatório e fonte transmissora da bactéria Leptospira para o ser humano, os suínos e eqüinos também estão nos
grupo de animais contaminados pela bactéria e que por a portarem poderão transmiti-la
para o homem (MESQUITA, 2016).
Pegamos
como modelo, um estudo realizado em outras regiões onde podemos ver a
eficiência de alguns procedimentos e correlacionar com a realidade do município
de Camaragibe. Uma das partes mais interessantes do estudo foi a elaboração de
uma educação ambiental, relacionadas com os problemas e dúvidas encontradas
durante a entrevista residencial, o objetivo do material era de promover a
educação em saúde com uma discussão
atrativa e de fácil entendimento, sendo um material onde se incluía
imagem autorizada pelos moradores, essas imagens seriam das próprias pessoas
entrevistadas na comunidade que serviram como banco de dados do estudo,
contribuindo assim para uma linguagem acessível para as pessoas com baixo
escolaridade, sendo esta uma condição observada durante o estudo. Ainda segundo
este estudo, dois autores citados na literatura, sendo eles Lermen e Fisher
afirmam que o fato de uma pessoa apresentar um grau de escolaridade maior,
contribui para um melhor senso crítico da situação (MESQUITA, 2016).
De
acordo com algumas citações do estudo de Mesquita, 2016; os animais que vivem
em áreas urbanas, onde o sistema sanitário apresenta deficiência e
precariedade, há geralmente um conjunto de lixos e esgotos a céu aberto, além
de possíveis promiscuidades com alguns animais, acabam por construir mecanismos
de risco para a saúde da comunidade, sendo assim descrita como população de
risco. No material produzido para a comunidade se esclarece sobre as medidas de
prevenção da doença e os sinais e sintomas da mesma, visando-se sempre diminuir
as principais dúvidas da população entrevistada. Além de ser abordada práticas
ambientais de prevenção para a doença, tais como evitar o acúmulo de água e de
restos de alimentos em torno de suas casas (MESQUITA, 2016).
Para
melhor implementar esse estudo, buscamos uma análise de mediadas apresentadas
pelo site da Prefeitura de São Paulo, já que por muitas vezes temos como referencias os casos caóticos
apresentados principalmente em períodos chuvosos. Segundo apresentado pelo site,
algumas medidas simples são cruciais para evitar a disseminação da doença, tal
como guarda bem os alimentos, fecha bem as frestas, ralos e telhados de suas
casas ou estabelecimentos comerciais, amarre bem o lixo e o coloque momentos
antes da coleta, não jogue lixo em córregos, bueiros e terrenos baldios, não
acumule caixas de papelão.
Alagamento em um dos bairros de Camaragibe
É
interessante lembrar que a transmissão mais comumente encontrada é nos períodos
de chuva, o que não descarta outras medidas já citadas para prevenção da
doença. Em alguns casos a tal infecção pode ser adquirida quando fazemos uma
faxina em locais contaminados com a urina do rato, ou ao mexer no lixo, e contatos
com rios, córregos, fossas ou até mesmo nadando em represas e lagos também
podem servir de mecanismo para a transmissão da doença. Em casos de enchentes,
ao momento em que a água baixar desinfete o ambiente, tais como o chão, parede,
e objetos que entraram em contato com a água e/ou lama da enchente, para limpar
o local use uma solução de água sanitária sendo esta quantidade de 200ml em um
balde médio de 20L de água, ao aplicar a solução aguarde 30 minutos e se necessário
repita o procedimento, em seguida jogue água limpa para da continuidade ao
processo de desinfecção, sendo esta limpeza realizada com o auxilio de luvas e
botas ou sacos plásticos duplos que deveram ser envolvidos nas mãos e nós pés
da pessoas que ira realizar o procedimento de limpeza do local.
Alguns cuidados também devem ser tomados, como
jogar fora alimentos e remédios que tiveram contato direto com a água
contaminada durante a enchente. O tempo de adoecimento após o contato com a
urina do rato é de 01 á 30 dias. Coloque sempre frutas, legumes, verduras e
qualquer outro alimento na geladeira, tente não deixar restos de comida sobre a
mesa e nem no forno ou fogão, lembre-se de retirar a comida do seu animal de
estimação no turno da noite, inclusive os alpistes dos pássaros, se seu animal
consome qualquer tipo de alimento o guarde em vasilhas ou jogue em sacos de
lixo bem vedados. Não deixe água do seu animal exposto durante a noite, feche
bem as torneiras do tanque da pia, além de consertar goteiras ou vazamentos.
Evite entulhos, eliminando-os, e jamais deixe o quintal, garagem, quartinhos
desorganizados, sempre os deixe livres de entulhos. Além disso, antes de dormir
lave bem as mãos e escove os dentes, pois com essas simples medidas podemos
evitar mordeduras durante a noite, principalmente nos casos de crianças.
O Site
da Secretaria de Saúde de Pernambuco ainda acrescenta que não devemos beber
água mineral, refrigerante ou cerveja diretamente de suas superfícies, o ideal
é que elas sejam devidamente lavadas para que posteriormente ocorra o consumo.
Além de sempre da preferência aos copos descartáveis ou canudos plásticos. Em
relação à caixa d’ água, devemos limpa La e desinfeta La por solução de água
sanitária a cada seis meses. E se houver suspeita de contaminação da mesma, o
procedimento de limpeza devera ser realizado da mesma forma.
* Acadêmica do quarto período de enfermagem.
Referencias
Secretaria
Estadual de Saúde de Pernambuco, Governo de Pernambuco.
Manual
de Vigilância - Leptospirose. Prefeitura de São Paulo Saúde; Secretaria
Municipal de Saúde.
MESQUITA,
Marilise Oliveira. TREVILATO, Graziella Chaves. SARAIVA, Luiza de Holleber.
SCHONS, Michelle da Silva. GARCIA, Maria Isabel Ferreira. Material de educação
ambiental como estratégia de prevenção da leptospirose para uma comunidade
urbana reassentada. 2016.
Secretaria
de Saúde do Estado de Pernambuco secretaria
Executiva de Vigilância em Saúde Diretoria Geral de Controle de Doenças e
Agravos Coordenação de Prevenção e Controle de Zoonoses. Leptospirose Informe
Epidemiológico SE 15. 2017
Centro
de informações Estratégicas de Vigilância em Saúde de Pernambuco (Cievs/ PE).
Alerta Epidemiológico: Leptospirose – Condutas relacionada à leptospirose em
períodos chuvosos. 2016