Sabe-se que o histórico do
cenário do parto e nascimento sofreu várias mudanças no decorrer dos séculos.
Até o fim do século XIX os partos ainda eram atendidos por parteiras
tradicionais, em casa. O parto hospitalar era algo anormal e a presença do
médico indicaria que algo poderia não estar ocorrendo como o esperado, pois era
chamado em casos extremos em que as parteiras não conseguiriam resolver a
situação. As parteiras eram social e economicamente mais acessível que os
médicos, tinham as vantagens de ajudar nas tarefas domésticas, substituir ou
auxiliar a mulher por um período no pós-parto.
Nas primeiras décadas do
século XX, com algumas modificações comportamentais das mulheres, associados a
uso de medicamentos e alimentos industrializados, proporcionaram uma maior
procura pelo atendimento hospitalar, incluindo os atendimentos em consultórios
obstétricos e pediátricos. Após algumas mudanças, destacando-se governamentais,
favoreceram que essas mulheres procurassem pelo parto hospitalar, tendo o parto
assistido por parteiras com queda de 25% em 15 anos, explicado pelo maior
pagamento quando se tratava de um parto cirúrgico, contribuindo então, para a
epidemia da cesariana.
"É claro que a cesárea
chegou em um bom momento, quando se teve o objetivo de reduzir a mortalidade
materna e neonatal no século XVIII. Porém, passou a ser vista como um parto
rápido, seguro e indolor, ocasionando em variadas consequências assim como o
aumento da prematuridade que é a cirurgia realizada antes mesmo da maturidade
fetal", diz a Enfermeira Ana Angélica Abbas.
Atualmente, percebe-se a
procura por atendimento humanizado. Aquele atendimento olho no olho, com toques
de carinhos ou até mesmo a formação de vínculos entre o profissional, a mulher
e a família. Há um resgate desse contato, da retomada do parto normal
respeitando o que é fisiológico, assim como está. sendo encontrado com as
Enfermeiras Obstetras, que são Enfermeiras graduadas com especialização em
Obstetrícia, totalizando média de 7 anos de estudos para capacitação do
atendimento à assistência direta ao pré-natal, parto e pós-parto incluindo
detecção de anormalidades e necessidade de atendimento médico.
O chamado de 'Parto
Humanizado' hoje, nada mais é do que a procura por um parto respeitoso, sem
intervenções desnecessárias como a episiotomia de rotina, uso da ocitocina
sintética sem reais indicações, assim como fugir das violências obstétricas
exemplificada pela manobra de Kristeller. A Humanização do parto e nascimento
tem vantagens para a mãe e o bebê, destacando especialmente o respeito pelo
tempo de amadurecimento de ambos os organismos para passarem por todo o
processo de trabalho de parto e parto de forma saudável, além de trazer maiores
benefícios para a amamentação e um pós-parto fisiológico, com menos chances de
complicações." Reforça a Enfermeira Ana Angélica Abbas.
O que tem contribuído para a
procura pelo parto normal é a informação que a mulher recebe durante a gestação
sobre os métodos não farmacológicos para alívio da dor, as diferentes posições
para ter o bebê, além de saber que ela terá junto dela durante todo o processo
um acompanhante. Infelizmente não se tem ainda todos os hospitais oferecendo a
bola de boubat, o chuveiro/ banheira como métodos para alívio da dor, a livre
escolha para a posição para parir ou até mesmo a presença da Enfermeira
Obstétrica nesse cenário, que contribui para o alivio da dor e para um parto
saudável, como diz os estudos.
"Sabemos que há um
longo caminho a ser seguido ainda e por isso acredito que a informação e
resgatar o que é fisiológico pode transformar esse cenário de parto,
nascimento, amamentação e até mesmo as relações interpessoais", diz a
Enfermeira Ana Angélica Abbas.
Ana Abbas publica
periodicamente no blog www.gravidezinforma.com.br e
www.maternidadesegura.com.br, que são instrumentos virtuais que proporcionam
informações ao casal e a mulher grávida, sobre o processo de gestar, parir e
amamentar, incluindo o pós-parto!
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