As grandes cidades do país
sofrem, cada vez mais, com as inúmeras dificuldades de locomoção
principalmente, nos horários de pico. A precariedade do transporte público,
atrelada ao grande número de veículos nas ruas e avenidas faz com que cresçam
os quantitativos de motocicletas e ciclomotores, conhecidos popularmente por
cinquentinhas. Todos esses fatores acabam potencializando os acidentes que
quase sempre, ocorrem por imprudência e que infelizmente, engrossam as estatísticas
de lesões graves e mortes no trânsito.
Estatísticas apontam para um
crescente número de veículos que aos milhares, entram no mercado a cada mês.
Este fato piora os congestionamentos, pois, juntamente com a malha viária
esburacada, dificultam a fluidez do trânsito.
Esses fatores, como já
citamos, aumentam os acidentes e as chamadas de emergência criando uma nova problemática:
Como prestar socorro às vítimas em tempo hábil e com segurança ? O problema
ficou tão grave que em alguns locais e em determinados horários, mesmo com as
sirenes ligadas, as ambulâncias não conseguem transitar. Tudo isso implica em
aumento do tempo entre o chamado e a chegada do socorro comprometendo
inclusive, muitas vidas. Além disso, sabemos que em um atendimento de emergência,
cada minuto sem socorro pode acarretar em complicações no estado de saúde do vitimado
deixando inclusive, sequelas irreversíveis que poderiam ser evitadas.
Foi a partir destas questões
que o serviço de atendimento de saúde (SAMU), iniciou o processo de implantação
de um novo instrumento capaz de responder a esta nova demanda. O objetivo era
continuar mantendo uma resposta rápida,
eficaz, segura e operacional no atendimento, pré-hospitalar, mesmo em locais e
horários de trânsito intenso. Pensando no tempo resposta das vítimas que é um
ponto muito importante para evitar o óbito bem como, sequelas e nas
dificuldades de chegar até o local da ocorrência, foram criadas as Motolâncias
uma "mistura" de moto e ambulância. Sua regulamentação ocorreu em 8
de Dezembro de 2008 por meio da portaria 2.971/GM/MS do Ministério da saúde.
O veículo de duas rodas
equipado e pilotado por um profissional especializado em salvamentos mostra-se
como a solução para um menor tempo resposta mesmo em engarrafamentos, malhas
viárias esburacadas e lugares de difícil acesso. A mobilidade dessas unidades
de atendimento permite uma maior velocidade, mesmo em espaços apertados e em lugares
difíceis. O piloto socorrista usa suas habilidades para cortar caminho e chegar
mais rápido ao local do chamado, podendo estar inclusive, nos lugares de
difícil acesso, mais próximo da vitima.
As Motolâncias prestam socorro
as vítimas de acidente de trânsito e outros atendimentos emergenciais. O
material que equipa as bolsas da dupla que normalmente se encaminha as ocorrências
são os mesmos de uma ambulância básica, em
menor quantidade. Após o atendimento esse material é reposto na base central. A
agilidade das Motolâncias vem prevenindo
sequelas em vitimas de muitas cidades do Brasil. O atendimento rápido e de qualidade
abre possibilidades para um tempo de internamento mais curto, ou seja, com
menos custos para o Estado e menos traumático para o acidentado.
O ministério da saúde
orienta as Motolâncias saírem sempre em duplas, resguardando com isso, a segurança
pois um condutor dá cobertura ao outro, tanto no deslocamento, quanto no
atendimento. As motos são equipadas com
mochilas que contém soros, jelcos, seringas, ataduras, colar cervical, tensiômetro,
estetoscópio, glicosímetro, talas, medicação e outros materiais. A respiratória
é equipada com um cilindro pequeno de oxigênio, umidificador, látex, vidro de
aspiração , kit para contenção hemorrágica, DEA(desfibrilador externo
automático) e materiais de vias respiratórias.
Todas as medicações e
soluções são usadas sob orientação do médico regulador.
O condutor necessita dos
seguintes pré-requisitos: Curso técnico em enfermagem, carteira de habilitação
A, curso de condutor de veículo de emergência, curso de pilotagem defensiva,
experiência mínima de dois anos em atendimento de emergência, curso de suporte
básico de vida ,capacitação e treinamento.
*Jussara Melo é graduanda de enfermagem da FACIPE e primeira motolância feminina do Recife.
De fato, as motolâncias vem desempenhando um papel fundamental quanto ao quesito " agilidade no tempo resposta ao atendimento primário", composto por profissionais extremamente habilidosos e qualificados. Encontramos diversas dificuldades para chegar de forma rápida as vítimas, pois as ambulâncias requerem um certo espaço para locomoção, com tudo, os engarrafamentos constantes e os diversos buracos encontrados nas ruas do grande Recife contribuem bastante no atraso do nosso tempo resposta. As motolâncias por sua vez, desempenham um papel fundamental, chegando às vítimas de forma rápida, aumentando assim as chances de sobrevida daqueles que necessitam de um atendimento rápido e eficaz. Parabéns à todos que compõe o quadro da motolância, em especial, a JUSSARA MELO excelente profissional, futura enfermeira! É um prazer trabalhar com você, juntos somos mais fortes, SAMU-RECIFE, orgulho de fazer parte desta linda família, composta por "anjos do resgate". Mercês Alves, enfermeira especialista em emergência e UTI, socorrista do SAMU-RECIFE.
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